Doenças sexualmente transmissíveis

O que são DSTs e como elas podem ser evitadas? As DSTs são infecções transmitidas durante qualquer exposição sexual, incluindo a relação sexual (vaginal ou anal), sexo oral e o uso de acessórios eróticos (vibradores, por exemplo).


 


Algumas delas são transmitidas pelo contato cutâneo íntimo e prolongado. Embora exista tratamento para a maioria delas, algumas são incuráveis (como a infecção pelo HIV e HPV, hepatite B e C, VHH-8). Em alguns casos, podem ser transmitidas por pacientes sem sintomas.


A abstinência sexual é o método mais eficaz para prevenir as DSTs. O uso correto de preservativos durante as relações vaginais ou anais e no contato oral-genital também evita muitas dessas infecções. Entretanto, esse método é sujeito a falhas. Na verdade, a prevenção de DSTs depende da educação dos indivíduos de risco elevado e do diagnóstico e tratamento precoce dos pacientes infectados.


DSTs sistêmicas Vírus da imunodeficiência humana (HIV) O que é HIV? A infecção pelo HIV é transmitida principalmente pelo contato sexual e o uso de seringas contaminadas, bem como durante a gravidez (da mãe para o recém-nascido). A maioria dos indivíduos infectados apresentam anticorpos anti-HIV 12 semanas após a exposição. O vírus promove a supressão do sistema imunológico (de defesa) do organismo.


Em média, o tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas, causados pelas complicações decorrentes da imunossupressão, é de 10 anos. Essas complicações incluem infecções ou tumores pouco comuns, perda de peso e déficit cognitivo (demência). Quando os sintomas são mais graves, a doença é denominada síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS, em inglês).


Várias opções terapêuticas disponíveis atualmente permitem que muitos pacientes controlem a infecção e retardem a progressão da doença. Outros detalhes sobre a infecção pelo HIV, a AIDS e as alternativas terapêuticas podem ser encontrados no fórum sobre a abordagem de pacientes infectados pelo HIV. Hepatite B O que é e como é transmitida? A hepatite B é uma inflamação do fígado (hepatite) causada pelo vírus da hepatite B (VHB).


O VHB é um entre vários vírus que podem causar hepatite viral. A maior parte dos indivíduos infectados pelo VHB se recuperam da fase aguda da infecção e desenvolvem imunidade contra a infecção, protegendo-os de infecções posteriores pelo vírus.


Cerca de 5% desses pacientes desenvolvem hepatite crônica (de longa duração) e podem transmitir a doença para outras pessoas. Após alguns anos, os pacientes com hepatite crônica têm maior risco de desenvolver insuficiência hepática e tumores do fígado, podendo ser submetidos ao transplante hepático.


O VHB é transmitido de modo semelhante ao HIV, ou seja, na maioria dos casos por exposição sexual ou a sangue contaminado (como em agulhas reutilizadas), bem como durante a gestação (da mãe para o recém-nascido).


Como ela pode ser evitada? Uma vacina bastante eficaz na prevenção da hepatite B encontra-se disponível atualmente, sendo recomendada para (1) homens e mulheres sexualmente ativos, (2) usuários de drogas ilícitas, (3) profissionais da saúde, (4) receptores de sangue ou hemoderivados, (5) contactantes de indivíduos com hepatite B crônica, e (6) pacientes com insuficiência renal crônica que realizam hemodiálise. A vacina é administrada sob a forma de três injeções intramusculares no ombro.


A segunda dose é administrada um mês após a dose inicial, e a última é aplicada 5 meses após a segunda. Em casos de indivíduos não imunizados (que não apresentam anticorpos contra o VHB) expostos a secreções ou sangue de pessoas infectadas, deve-se empregar imunoglobulina humana contra a hepatite B (HBIG, em inglês) e iniciar o esquema de vacinação.


Como é feito o diagnóstico de infecção pelo vírus da hepatite B? O diagnóstico é baseado em exames de sangue que identificam o antígeno de superfície do VHB (AgHBs, sigla em inglês), o anticorpo contra o AgHBs (anti-HBs), e o anticorpo contra a porção central (core) do VHB (anti-HBc, sigla em inglês).


Em pacientes anti-HBs positivos, a presença de anticorpos indica que a pessoa foi exposta ao vírus e está imunizada contra infecções posteriores. Além disso, esses indivíduos não transmitem o vírus e não desenvolvem doença hepática crônica. O anti-HBc identifica a infecção pregressa e atual pelo VHB.


Os pacientes AgHBs positivos podem transmitir o vírus para outras pessoas. Existem outras duas possibilidades em pacientes AgHBs positivos. O paciente pode apresentar hepatite B aguda, desenvolvendo imunidade nos meses seguintes, ou pode apresentar infecção crônica pelo VHB (hepatite crônica), com risco elevado de desenvolver complicações decorrentes da doença hepática crônica. Hepatite C O que é a hepatite C?


A hepatite C é uma inflamação do fígado (hepatite) causado pelo vírus da hepatite C (VHC). O VHC pode causar hepatite C aguda e crônica. Ao contrário do VHB, entretanto, poucas vezes é transmitido sexualmente.


É mais comumente transmitido por sangue contaminado, como em agulhas reutilizadas por usuários de drogas, piercing, tatuagens e, ocasionalmente, através da reutilização de dispositivos nasais para a inalação de cocaína. Também ao contrário da hepatite B, na qual a forma crônica da doença é pouco comum, a maioria dos pacientes com hepatite C desenvolvem hepatite crônica. Como na infecção pelo vírus B, os pacientes com hepatite crônica têm maior risco de desenvolver insuficiência hepática e suas complicações. Como é feito o diagnóstico? A infecção pelo VHC é diagnosticada através da pesquisa de anticorpos anti-VHC.


A presença de anticorpos indica a exposição ao vírus. Dessa forma, esses anticorpos são encontrados no sangue durante a hepatite C aguda, após a fase de recuperação, e durante a forma crônica da doença. Indivíduos com pesquisa de anticorpos positiva podem fazer exames para identificar o vírus na circulação (exame conhecido por PCR, sigla em inglês de reação da polimerase em cadeia), que detecta o material genético do vírus. Raramente esse teste é necessário para realizar o diagnóstico de hepatite C aguda, mas em alguns casos pode ser útil para confirmar o diagnóstico de hepatite C crônica.


Vírus do Herpes Humano 8 (VHH-8) O que é o VHH-8? O VHH-8 é um vírus identificado recentemente que foi associado ao sarcoma de Kaposi e possivelmente a um tipo de câncer denominado linfoma cavitário (um tumor que tem origem no tecido linfóide). O sarcoma de Kaposi é um tumor cutâneo raro observado principalmente em homens infectados pelo HIV. O VHH-8 também foi identificado no sêmen de pacientes infectados pelo HIV. Por esse motivo, alguns acreditam que o VHH-8 é responsável por uma doença sexualmente transmissível. Muitos fatores importantes sobre o VHH-8, entretanto, ainda não foram determinados, como o modo de transmissão, o quadro clínico da infecção e o tratamento.


Doenças sexualmente transmissíveis em homens As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) podem ser transmitidas durante a relação sexual, beijo, contato oral-genital e através do uso de acessórios eróticos. À exceção da abstinência sexual, o uso de preservativos de látex durante as relações sexuais e o contato oral-genital é a melhor maneira de prevenir as DSTs (embora não seja 100% eficaz).


As úlceras orais ou genitais são mais comumente causadas pelo herpes simples, cancróide, sífilis e o linfogranuloma venéreo. A sífilis pode não produzir sintomas ou provocar úlceras genitais ou orais, rash cutâneo, febre ou diversos sintomas neurológicos, desde a perda de memória até acidentes vasculares cerebrais.


A infecção por Chlamydia e a gonorréia podem ser transmitidas isoladamente ou em associação, causando inflamação da uretra (uretrite), caracterizada por ardor ou queimação durante a micção e secreção uretral. O vírus da imunodeficiência humana (HIV, em inglês), responsável pela síndrome da imunodeficiência humana (AIDS, em inglês), é transmitido pelo sangue ou secreções sexuais contaminadas, muitas vezes juntamente com outras DSTs.


O papilomavírus humano (HPV, em inglês) causa verrugas genitais e pode estar associado com o câncer do colo uterino em mulheres e câncer anal em homens. A hepatite B é transmitida principalmente através do contato sexual, enquanto a hepatite C é mais comumente transmitida através de sangue contaminado.


O vírus do herpes humano 8 (HHV-8, em inglês) é um vírus identificado recentemente que pode ser transmitido sexualmente e que pode estar relacionado ao sarcoma de Kaposi (um tumor de pele raro), além de alguns tipos de linfomas (tumores do tecido linfóide). A pediculose e escabiose são doenças causadas por parasitas que podem ser transmitidos através do contato cutâneo.